Cesar Kiraly
no texto de apresentação da coletiva Novíssimos
| Navegações, 1983 | Ao lado da cerebral e adequada disposição de elementos: um amplo espaço de respiração, com um filete em vermelho que se descostura, ganhando o vazio para fora da tela. Há uma troca curiosa. A imaginação formal costuma tomar a vida quebrada, gasta, corrompida etc., consumir todas essas arestas e entregar “[...] uma túnica sem costuras”. Esse é o sentido dessa forma de navegação, o usual: extinguir “[...] em nós memória e tempo”. Estranhamente resta algo de tempo, sim, conjugado com o “vazio e a despersonalização” mas sobra algo de “[...] denso, tenso como um arco [...] porque os dias foram densos, tensos como arcos [...]”. Vera nos entrega, como sua fuga em vermelho, “[...] certa pausa que nunca encontr[amos}: uma túnica de cerzido aparente.fícil.
jul. - ago. 2016