Roberto Lanari
Recebo em meu olhar já meio cansado de amigo velho, com grande prazer, essa simbiose que você promove entre as Dimensões, esse trânsito entre o que está lá e o que lá não está, ou ao menos não mais está - todas essas presenças e ausências que em seu trabalho ocupam o mesmo lugar no plano tramado e às vezes esgarçado da tela. Me interessa o seu assunto como penso ter interessado ao poeta Samuel Taylor Coleridge, no seu What if you slept?
What if you slept?
And what if, in your sleep, you dreamed?
And what if, in your dream, you went to heaven
And there plucked a strange and beautiful flower?
And what if, when you awoke,
You had the flower in your hand?
Ah, what then?
A tela, as tintas, o setting, estavam lá no momento da realização. Depois não estiveram mais, ou se estiveram, foi quando já haviam sido arrancadas do espaço e jogadas no plano, seu destino final. Como lembranças de algo mais complexo, algo vivido. Como notícias do que se perdeu. Como o momento do artista. Como a Arte.
jul. 2013